O Modelo Positivista No Brasil
Alfredo Bosi, Dialética Da
Colonização – 1992 – Companhia das Letras.
Alfredo Bosi
em seu livro “Dialética Da Colonização” organiza o pensamento oligárquico do
Brasil, no final do século XIX, inicio do XX em três correntes:
“A primeira enformou o conservadorismo
das oligarquias do Segundo Império assentada nos engenhos nordestinos e
fluminenses e, a partir dos anos de 1840, no café Val paraibano.”
“A segunda chamou-se novo liberalismo (em oposição à anterior
que também se dizia liberal) e lutou dos anos de 1860 aos 80, pela abolição e
pela reforma eleitoral. Nem sempre fez a escolha republicana, defendendo às
vezes e pela voz de seus melhores homens, a monarquia parlamentar (Nabuco, Rebouças,
o primeiro Rui Barbosa) (...) o liberalismo oficial patinou em soluções
puramente formais (...)
“Enfim, a terceira vertente,
positivista, conheceu duas saídas que afinal convergiam: o radicalismo jacobino¹, que passou dos cadetes florianistas² aos
tenentes dos anos 20; e o republicanismo
gaucho, o castilhismo-borgismo³ (...)
Este último,
segundo Bosi, não compartilhava do Lassiez
faire defendido pelos “liberais” conservadores, basicamente encabeçado pelos
coronéis do café.
O
positivismo gaucho achava que o estado era a única forma de regular os
conflitos de interesse da burguesia e do trabalho, resultando numa relação de
mais estabilidade política. É desse manancial que surge Getulio Vargas e seus pares,
assim como a formatação da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) em 1943, “e
que com poucas mudanças ainda rege as relações legais entre o capital e o
trabalho” (Bosi 1992) até hoje.
Bosi revela
que, ao contrario dos historiadores, o salário mínimo proposto pelos gaúchos não
foi copiado da doutrina Fascista italiana, que nos termos da Carta Del Lavoro estabelece que o
salário deva ser resultado “all’ acordo
delle parti nei contratti colettivi”(Declaração XII) (Bosi 1992).
¹Os Jacobinos faziam parte de uma organização política, na
revolução francesa...
²Florentistas, “seguidores” de Floriano Peixoto...
³Julio de Castilho e Borges de Medeiros, membros do PRR
(Partido Republicano Rio-grandense)
Nenhum comentário:
Postar um comentário