segunda-feira, 22 de junho de 2015

Planeta dos Macacos: O Confronto


Cesar (primeiro macaco “racional”, do primeiro filme) domina uma tribo de macacos na periferia de São Francisco arrasada.
Cesar tem uma família e apesar do pouco tempo de cultura humana, já considera essa estrutura fundamental e a defende, fazendo concessões aos humanos para poder preserva-la.
Cesar – em uma cena – reivindica ao humano que o espaço que ele ocupara, na cena, era a sua casa. Sua propriedade.
Koba é o macaco do mal. Até suas expressões são demoníacas. Traiçoeiro e infiel aos macacos tenta assassinar Cesar e põe a culpa nos coitadinhos dos humanos. “Koba defende Koba” diz ele...
Koba foi o macaco disforme eleito pelo próprio líder Cesar como seu “braço direito” pela bravura que o macaco desenvolve nas lutas pela sobrevivência da raça. Um verdadeiro militar traiçoeiro de filmes parecido de tema.
Tem logicamente a família humana dos bonzinhos americanos e Cesar, o macaco americano.
Os efeitos especiais são impressionantes. Macacos têm os olhos humanos em corpos de primatas.
A franchising repete outras todas na mesma linha: cidades americanas arrasadas, domínio de zumbis, compartilhado com humanos ameaçados de serem extintos. Com um significado maior: a extinção do modo americano de viver. Livre, democrático, cristão e principalmente de iniciativa individual sobre o coletivo.
Todos os valores cristãos e capitalistas como conceito de propriedade e família são reafirmados como clausulas pétreas tanto de macacos como de humanos, ameaçados pela hegemonia do mal, praticado por Koba e sua cede de poder.
Macacos tem uma hierarquia clara, como assinala a película. O macaco líder Cesar – do primeiro filme – macacos que cavalgam sobre um cavalo e macacos que andam a pé, feito fuzileiros do exercito.
Humanos também têm. No remanescente mundo pós-apocalíptico, a organização humana se realiza como base central: a família e um líder da comunidade (prefeito).
A falta de nexo norte americana.
Por se tratar de um filme “holiudiano” financiado pelo capital daquelas corporações são necessariamente exibidos veículos automotivos e armas de fogo, altamente sofisticados, sem um fundo de sustentação por nenhuma indústria provavelmente existente, muito menos meios de se estabelecer comércio entre regiões próximas. O cenário social é descrito como total isolamento regional.
A ideia.
Reunindo todos esses ícones e índices cognitivos, posso pensar que além de um entretenimento cinematográfico há sempre a reafirmação do medo de mudanças sobre nossas vidas medíocres e a redução da ação dos promotores dessas mudanças que apesar de pensarem da mesma forma, mas pertencerem a uma cultura primitiva surgirá como via-de-regra um terrorista ditador que se insurgirá sobre os civilizados, católicos capitalistas.
A mesmice reafirmada a mais de cem anos pelo milenar cinema.
Criado, em princípio para divulgar os “feitos humanos”, assim foi feito a fotografia, antes a pintura e antes a escrita.