domingo, 27 de novembro de 2016

Um e Zero
O mundo do qual conhecemos, o mundo do qual pertencemos foi parcelado pela “burguesia endinheirada” que produziu uma ciência capaz de justificar a justiça desse parcelamento desigual e restritivo. É sob essa equação onde “x” não é igual a “y” pelo qual nossos pensamentos caminham para justificar nossos privilégios e a razão pela qual nos convencemos de que lado está o mocinho e de que lado está o bandido. É dessa forma que eu defino o lado que quero estar.
O bem e o mal foram definidos em uma enciclopédia moral, estética e cognitiva. Assim sendo tudo foi parcelado, sem sombra de nenhum vazio. Assim sendo meu universo colonizado não possui capacidade de distinguir qualquer pedaço sem uma definição de positivo e negativo subentendido nessas porções sociais, independentemente de classes economicamente diferentes.
Esse pertencimento me permite construir os grupos sociais pelos quais quero fazer parte – não significa necessariamente que vou fazê-lo – e construir um perfil adequado para integrar o grupo pretendido. É através dessa identificação que construo meu comportamento, meus pensamentos e minhas opiniões. É através dessa identificação que defino meus “inimigos”.